terça-feira, 12 de agosto de 2014

"De 0 a 100, é um vaivém, mas acaba sempre bem."



Dois meses depois, aqui estou eu. Aconteceu tanta coisa, que eu nem sei como lidar com tudo. Há tanta coisa que eu às vezes sinto necessidade de dizer, e guardo. E até podem ser coisas simples, mas guardo tudo. As pessoas não entendem, não tentam ver o meu lado e compreender porque é que eu fiz assim, porque é que eu disse assado, ou porque é que eu penso como penso. Não entendem o que sinto. E quando eu quero explicar, não ouvem. É horrível sentir-me sozinha estando rodeada de pessoas que me querem bem, e que fazem de tudo para eu estar bem. Tenho pessoas que são capaz de vir a correr para me socorrer. E eu sinto-me sozinha. Sinto que não consigo fazer nada por mim, e faço sempre pelos outros primeiro. Sempre foi uma coisa que a mim me custou imenso mudar. Há pessoas a dizerem que mudei, que estou mais fria, que não falo tanto, mas não tentam entender. Não sei porquê quando eu entendo toda a gente e quando eu estou do lado de toda a gente, sempre. Dou importância demais. Dou confiança a mais. Perdi pessoas e ganhei outras. E nos últimos tempos, até recuperei algumas. Houve uma que não esperava, mas que ansiava imenso. E adoro isso. Mas, quem é que eu quero enganar? Eles ou a mim própria? Digo mil vezes para mim mesma que estou bem. Digo outras mil vezes ao dia às pessoas que estou sempre bem. E no fundo estou, porque eu não choro, eu não estou triste, eu não desabafo. Eu estou bem disposta e pronta a ajudar, a ouvir. E às vezes sinto que ninguém faz isso por mim. Sinto que hei-de ser sempre a trocada, hei-de ser sempre aquela que foi trocada por outra melhor, hei-de ser sempre aquela que dá demasiada importância e acaba na merda, hei-de ser sempre aquela que ajuda os outros e não recebe nada em troca. E eu pergunto-me: para quê? Para quê? Nada disto faz sentido para mim. Ando a aguentar as lágrimas à meses. Sinto saudades de tanta coisa, sinto que podia ter feito tantas coisas diferentes e agora fiquei sem elas. Mas no fundo, tenho um coração gigante, e no fim, quem sozinha, sou eu. Não os outros. Mas estou sempre bem. Acaba sempre bem.

Sem comentários:

Enviar um comentário