quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Dia 30.



"Sinto-me um bocado de rastos, como todos os dias, mas agora também fisicamente. Devia de andar a melhorar, e de passar 24h sob 24h bem e não. As horas que passo fora de casa são uma coisa, e dentro de casa são outra. Ainda choro. Ainda dói. Ainda penso. Ainda sinto. Ainda amo. E ainda preciso de ti. Como preciso todos os dias. Não se tem passado nada de grave, mas tu eras um apoio incondicional que me fazia tão bem. E tenho saudades de estar apaixonada e de ser correspondida. Estar apaixonada com a pessoa que queremos mais longe que sei lá o quê, custa imenso. Há tanta coisa que queria dizer, que queria mostrar. E não posso, nem consigo. Tenho tanta coisa guardada, mas não o consigo dizer, nem quero, sinceramente. Não me quero nesse estado, nem quero que ninguém me ature nesse estado. Se tiver que acontecer, que aconteça num dia em que esteja sozinha. Agora sei o que as pessoas se referem à dor psicológica que dói também fisicamente. Porque há dias em que não tenho forças pra me levantar da cama onde me deito todos os dias. E sei que todos os dias que venho ao blog, escrevo sobre a mesma coisa, mas não há nada mais agora que ocupe os meus pensamentos, sem seres tu. Está-se a aproximar o dia 3, e eu não quero levantar-me da cama. Nem tão pouco acordar. Não. Esse dia era o nosso dia. Tu não estás cá. Portanto eu também não quero estar. Sinto que não sou capaz de fazer nada em condições, que não consigo ajudar ninguém e que se conseguir, as pessoas nunca irão dar valor. Tenho neste momento 6 pessoas que sei que posso confiar. Poucos mas bons. Mas faz confusão porque eu não ajudo só 6 pessoas. Precisava de ouvir a tua voz, a dizer que tudo ia passar. Desde 2011 que não sou o que era. Alguém me destruiu muito, à pessoa que eu era. E quando te perdi, entendi isso. E entendi que ninguém me conseguia fazer sentir bem ou melhor, mesmo que tentassem. Não. Ninguém consegue. Nem quero que tentem porque eu não quero simplesmente. Ando numa fase em que saio de casa de sorriso posto, e em casa, guardo-o no bolso pra o dia a seguir. É muito clichê mas é verdade. Não me sinto bem em lado nenhum, nem ao pé de ninguém. Preferia estar sempre sozinha, com as minhas mágoas, tristezas e pensamentos. E que chorasse durante dias. Já que choro todas as noites, mais valia chorar tudo duma vez. É realmente chato, quando damos tudo pelas pessoas e elas acham que têm o direito de nos abandonar sem se preocuparem minimamente como nos vamos sentir a seguir. Há dias em que dá vontade de te procurar, de falar contigo, de te ter por perto. Mas não o faço porque tu também sabes onde me encontrar. E é horrível não poder dizer nada por saber que não mereces, porque cada canto desta casa me faz lembrar de ti e sentir saudade. E cada vez mais acho que as pessoas não merecem nada vindo de nós. A não ser nos casos em que somos retribuídos. Não sei, não ando a falar nada de jeito. Sinto tudo e não sinto nada. Quero fugir apenas, pra longe e não ter que enfrentar nada disto todos os dias. Era tão mais fácil."