sexta-feira, 17 de maio de 2013

Não sei o que pensar. Apetece-me acabar com tudo. Apetece-me desaparecer por completo, porque sei que não faria falta a ninguém. Quero estar longe de tudo e todos. Fui mais uma vezes iludida. Mais uma vez pensei que mudasses. Que tudo fosse melhorar, e tu deixaste-me acreditar nessa tua mentira, que às vezes parece planeada. No momento em que tudo está bem, tu empurras-me pra baixo, e não és capaz de me socorrer. Devias ser o meu herói, porém, não és nem nada que se pareça a isso. Já não sei que pensar mais. Queria-te fora da minha vida, e estou prestes a consegui-lo. Mas tenho uma raiva enorme dentro de mim. Estou demasiado desiludida pra lidar com a raiva, portanto, estou com a cabeça a mil, e não sei que fazer. Não te quero perdoar, nem sei se algum dia o farei. Porque é que tiveste de estragar tudo? Porque é que quando eu te dou mais uma oportunidade tu a deitas pela janela fora? Porque é que me fazes ter medo de ti? Porque é que me fazes não conseguir confiar em ti? Não conseguir falar contigo? Não conseguir olhar pra ti? Porque é que não fizeste com que as coisas resultassem? Porque é que te foste embora de novo? Porque é que me obrigas mais uma vez a deixar-te pra trás? Porque é que me obrigas a pôr-te fora da minha vida de novo? Porque é que não fazes um esforço pra seres aquilo que deves de ser, mas perto de mim? Porque é que não fazes com que tudo resulte, com que tudo fique bem? Porque é que eu vou ter que dizer a uma criança de 5 anos que o pai já não vem pra casa todos os dias connosco mas que ela quando quiser pode ir vê-lo a outra casa? Porque é que eu vou ter que dizer a um pré-adolescente de 13 anos pra não te odiar e pra estar contigo pelo menos todas as semanas? Ai, que raiva! Odeio isto. Odeio a maneira como cresci. Eu sou o que sou devido a tudo o que passei e a tudo o que vi, e odeio que tenha sido da maneira que foi. Estou cansada. Estou desgastada. Não durmo, não como. Não nada. Acordo com vontade de dormir durante dias. Deito-me com vontade de não acordar mais ou então de acordar e de nunca nada ter acontecido. A toda a hora estou a pensar onde estás, como estás, como vais estar quando chegares a casa. Agora que estás longe, vou pensar se estás bem, se te estares a dar bem sozinho mais uma vez, se não precisas de companhia, se não precisas de alguém contigo. Se comes, se bebes, se dormes, se tens trabalho. Dói-me a cabeça de ter chorado durante 2 horas seguidas. Não quero chorar mais, mas as lágrimas caem-me pelo rosto sem que eu dê por isso. Não quero chatear ninguém com isto, porque sinto que ninguém vai entender. Quero um abraço forte, quero que alguém me faça sentir que está aqui, que está presente, que não me vai deixar. Que está aqui pra me secar as lágrimas enquanto tu não o fazes. Tudo isto pra algumas pessoas não é nada. E quero acreditar que há alguém no mundo pior que eu. Mas não, não da maneira que eu me sinto. Já nada tem cor, já nada me faz sorrir, já não quero saber de nada nem ninguém. Quero apenas que todos aqueles que gosto sejam felizes porque o merecem e que se lembrem de mim e de tudo o que fiz por eles. Mas só isso. Agora o que eu quero é dormir. Dormir durante dias, semanas. Não quero acordar. Não quero ter que acordar todas as manhãs e pensar que mais uma vez não estás presente porque não foste capaz de cumprir a tua promessa. Não quero ter que explicar o que aconteceu a alguém porque não sou capaz. Não tenho forças pra falar sequer. Já ando muito calada, agora então pior vai ser. Já ando sempre a chorar, nem quero pensar agora no que se vai passar. Quero esquecer tudo, mas sei que nada desaparece assim da minha cabeça. Sei que vou adormecer com medo de pesadelos contigo. Não sei o que sentir mais sobre isto. Sinto-me tão triste, tão farta de estar triste. Quero tanto ficar bem, mas há sempre qualquer recordação que volta, que me faz voltar atrás à promessa do 'vou ficar bem, confia em mim'. Não sei que escrever mais, estou a divagar já. Quero que fiques longe de mim, isso sim. Quero que não fales comigo, que não olhes pra mim. Quero que tenhas a tua vida, e que durante uns tempos a aprendas a viver sem mim. Tal como eu irei fazer.