segunda-feira, 10 de junho de 2013


Como me sinto hoje? Bem... Nem eu sei responder a isso, e só eu é que posso saber. Hoje fui correr. Deu pra espairecer, e não pensar em nada. Corri apenas ao som da música, enquanto tinha o pôr do sol dum lado com uma brisa de verão do outro. Soube bem, como nada me sabia há imenso tempo. Já nem passar tempo com amigos me sabe bem. Queria poder dizer que estou bem, e contente, porque é a última semana de aulas, mas sei que vai ser ainda pior. Se a escola é a única coisa onde me podia refugiar, pra me distrair... então estas férias vão ser perfeitas, porque vou passar a maior parte do tempo em casa. Não me incomoda, até porque não vou estar com disposição pra mais. Tenho tentado estar bem aqui por casa, pra não ter que me chatear com ninguém. E o facto de já ninguém me encontrar no quarto a chorar assim de repente, acho que fez bem a todos. Não quero que sintam pena de mim. Nem obrigo ninguém a perceber a minha dor. Não obrigo ninguém a sentir-se obrigado em fazer-me sentir melhor. Apenas quero que quando estiver prestes a chorar, não saiam de ao pé de mim. Não precisam de dizer uma palavra que seja, apenas façam-me sentir que está alguém presente, assim não me sinto sozinha, como tenho sentido. Sim tenho amigos e amigas, que todos os dias me fazem rir, ou tentam pelo menos. Mas estar rodeada de pessoas, não significa que todas estejam comigo. Ultimamente irrito-me com facilidade, e canso-me das pessoas com uma facilidade ainda maior. Mas, temos pena. Não sou obrigada a estar a sorrir todos os dias. Feliz e contente. Quando é uma coisa que não estou. Gostava de apagar tudo da minha memória. Nem que fosse uma amnésiazita, só pra não ter que me lembrar de certos momentos da minha vida. Começava tudo de novo. Não tinha que pedir desculpa a ninguém, não tinha que me justificar, não amaria ninguém, não sofria. Era apenas eu. Mas se calhar, tenho que me lembrar de tudo, pra um dia no futuro tudo ser mais fácil. Pelo menos quero acreditar que as coisas que me acontecem no dia-a-dia são uma lição pra o meu futuro. Vão-me definir sim. Mas não tem que ser necessariamente mau. E isto sou eu a tentar enganar-me a mim própria, mas sonhar não faz mal a ninguém. Não suportaria a dor de perder mais alguém, não agora. E não quero chorar. Mas hoje enquanto estou a escrever, aquela dor na garganta está presente.