quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pain


"Não acredito. Nem quero. Nem consigo. Não esperava nada disto. Não esperava que doesse tanto. Que custasse tanto. Que chorasse tanto. Tem sido um pesadelo. Sonho contigo todas as noites. Penso em ti a toda a hora, todo o minuto, todo o segundo. Penso o que é que vou fazer daqui pra a frente. E não sei a resposta a isto. Penso uma, duas, três vezes. E a resposta é sempre em branco. Bloqueio imensas vezes a pensar no que passamos e onde errei. Sei onde errei. E se o arrependimento mata-se, enfim. Não sei que fazer, que sentir, como estar. Sei que sinto a tua falta. Sinto saudades. Saudades de vir a correr de onde quer que fosse pra te ir buscar. Pra chegar a casa, e fazer torradas pra nós. De ir contigo pra o sofá mais a nossa manta bordô e ficar no quentinho. Esperar pelo fim-de-semana pra estar contigo e fazermos coisas diferentes. Pedir-te pra dormires comigo. Pra ficares comigo. Pra nunca me deixares. De jantares, almoçares, o que fosse, comigo. De estarmos só os dois, de irmos passear por aí e falarmos de tudo o que queríamos fazer juntos no futuro. De te ouvir dizer que eras quem querias, e não haveria mais ninguém. Que era perfeita pra ti em tudo. Que me amavas com todas as tuas forças, contra tudo e todos. Foste a primeira pessoa que lutou por mim e que gostou de mim a sério. Não sei. Não me consigo imaginar com mais ninguém. Parece-me tudo tão impossível. Acho que nunca mais vou conseguir ter uma coisa assim. E não consigo esquecer nada disto. Muito menos, começar de novo. Pra mim é assustador. Quero estar longe de tudo e todos. Quero fugir, desaparecer, não sei. Não quero estar aqui, onde até estar sentada na minha cama me lembra de ti. Porque sei que nada volta. Que estás noutra, que seguiste em frente, que me esqueceste. Sinto isso. Sinto que até podes não estar arrependido do que se passou entre nós, mas que acabaste por esquecer. Sempre disse que se ficasse sem ti, que morreria por dentro. Eu falava a sério. Quando me perguntam por ti, as lágrimas involuntariamente vêm-me aos olhos numa rapidez incrível. Não me quero ir abaixo, não quero andar pra trás 4 meses, quando estava um caco. Por agora quero estar sozinha. Quero o meu tempo, o meu espaço. Quero arranjar soluções, respostas. Quero superar. Mas também acho que não tenho a força suficiente pra tal. Estou aqui à beira de chorar, e estou a segurar as lágrimas o mais possivel. Mas sei que mais logo vão acabar por cair. E não há nada que alguém possa fazer. Já não estás lá pra me limpar as lágrimas, pra me dizer que vai ficar tudo bem, e que estás a meu lado. E agora? Estou perdida. Não sei se aguento isto. Dói. Dói mesmo. Mas pode ser que um dia, a dor passe. Não desapareça. Mas passe."