domingo, 31 de agosto de 2014

I'll work this out



"Eu digo que não me iludo, que não ganho esperanças, que não me incomoda mas no fundo é mentira. Eu tenho tantas saudades tuas, de nós. Falar contigo melhora sempre o meu dia e a minha boa disposição e já não devia de ser assim. Eu ando aí a achar que sou capaz, que sou rija e que nada me afeta mas no fundo, só me apetece chorar. Estar perto de ti faz-me demasiado bem. E eu não queria nada. Queria já ter ultrapassado como tu o fizeste, e eu tento, juro que tento. Mas ter alguém a gostar de mim? Ter alguém a quem confiar tudo? Ter alguém para estar do meu lado sempre? Mentira, isso é impossível. Não consigo confiar em ninguém, não quero ninguém novo na minha vida porque sei que no fundo essa pessoa não vai ficar, essa pessoa vai acabar por ir embora. Afasto-me e afasto todos. E até me sinto bem assim. Ou então, só me faz mal. No outro dia li uma coisa, que me deixou a pensar imenso. Ter saudade de alguém é saber que a pessoa vai eventualmente voltar. Mas sentir falta de alguém é saber que essa pessoa não volta mas a saudade anda lá na mesma. E isto é tão verdade. Eu tenho saudades tuas, mas sinto muito mais a tua falta. Jurei para mim mesma à uns meses que ia parar com isto, que ia arranjar maneira de continuar sozinha, de encontrar alguém ou até mesmo arranjar maneira de estar realmente bem. Mas eu engano-me muito a mim própria. Sinto tanto a falta de nós. De tudo. Sei lá. Ainda te amo. Tanto. Até demais. E espero que te amem tanto quanto eu. Porque eu já cá ando à um ano. Era capaz de fazer qualquer coisa por ti e juro que não sei como é que um ano depois eu ainda sinto isto assim tão vivo. Se eu não sentisse nada era tudo mais fácil. Mas não consigo mudar o que sinto. Fazer-te rir é das melhores sensações. Estar do teu lado quando precisas pra mim é um privilégio. Saber que contas comigo é tão bom. Não quero perder nada disso só porque sinto isto e aquilo. Faço tanta coisa de errado, mas não quero errar mais nisso. Saber que estás feliz faz-me bem. Mas saber que estás feliz ao lado de outra pessoa que não eu, dói muito mais. Mas não vou pra lado nenhum. Estou aqui, sempre. O resto resolve-se."

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Cold heart



"Eu ia dormir, e senti necessidade de vir aqui. Não sei bem porquê, peguei no pc e sentei-me a olhar para isto, a ver o que iria sair daqui. Às vezes sinto que se falar, vou piorar ou estragar alguma coisa, mas tenho de falar de alguma forma, e não o faço com quase ninguém ou até mesmo ninguém. Não sei se alguém entende ou entenderá como me sinto ou o que me passa pela cabeça. Sinto saudade e tanta falta de algumas coisas. E eu gostava de recuperar algumas delas, mas sei que não vai acontecer. Sinto que devia de melhorar tanta coisa em mim, e que as coisas assim passariam a correr melhor também. Não que a vida me corra mal. Claro que tenho episódios que só gostava de não passar por eles, mas também sei que faz parte. Arrependo-me de muita coisa que disse, que fiz. Mas orgulho-me também de muitas coisas que melhorei na minha atitude e no facto de ter conseguido ter o coração frio para certas situações do dia a dia. Senão, ainda continuava o mesmo caco de há uns meses. E isso não vai voltar a acontecer. Não quero. Não me quero ir mais abaixo, não quero mais chorar. Quero estar bem, ou pelo menos ser capaz de me convencer disso. E no fundo estou bem. Ultimamente têm acontecido coisas boas. Coisas que me deixam a pensar, mas coisas boas. Às vezes sinto que precisava de me sentar com alguém e dizer tudo aquilo que me vai na alma mas depois penso que não consigo, que só vou piorar tudo, lá está. Nada do que eu estou a escrever agora vai tirar algum peso de cima, porque sinto que não estou a transmitir nada do que sinto, e que estou apenas a adiar. Mais uma vez sinto que estou aqui a perder o meu tempo, porque não disse nada. E não sinto que alguém esteja disposto a ouvir-me. E eu não quero pedir a ninguém que o faça, não tenho que o pedir. Gostava de não sentir nada portanto. Seria mais fácil."

terça-feira, 12 de agosto de 2014

"De 0 a 100, é um vaivém, mas acaba sempre bem."



Dois meses depois, aqui estou eu. Aconteceu tanta coisa, que eu nem sei como lidar com tudo. Há tanta coisa que eu às vezes sinto necessidade de dizer, e guardo. E até podem ser coisas simples, mas guardo tudo. As pessoas não entendem, não tentam ver o meu lado e compreender porque é que eu fiz assim, porque é que eu disse assado, ou porque é que eu penso como penso. Não entendem o que sinto. E quando eu quero explicar, não ouvem. É horrível sentir-me sozinha estando rodeada de pessoas que me querem bem, e que fazem de tudo para eu estar bem. Tenho pessoas que são capaz de vir a correr para me socorrer. E eu sinto-me sozinha. Sinto que não consigo fazer nada por mim, e faço sempre pelos outros primeiro. Sempre foi uma coisa que a mim me custou imenso mudar. Há pessoas a dizerem que mudei, que estou mais fria, que não falo tanto, mas não tentam entender. Não sei porquê quando eu entendo toda a gente e quando eu estou do lado de toda a gente, sempre. Dou importância demais. Dou confiança a mais. Perdi pessoas e ganhei outras. E nos últimos tempos, até recuperei algumas. Houve uma que não esperava, mas que ansiava imenso. E adoro isso. Mas, quem é que eu quero enganar? Eles ou a mim própria? Digo mil vezes para mim mesma que estou bem. Digo outras mil vezes ao dia às pessoas que estou sempre bem. E no fundo estou, porque eu não choro, eu não estou triste, eu não desabafo. Eu estou bem disposta e pronta a ajudar, a ouvir. E às vezes sinto que ninguém faz isso por mim. Sinto que hei-de ser sempre a trocada, hei-de ser sempre aquela que foi trocada por outra melhor, hei-de ser sempre aquela que dá demasiada importância e acaba na merda, hei-de ser sempre aquela que ajuda os outros e não recebe nada em troca. E eu pergunto-me: para quê? Para quê? Nada disto faz sentido para mim. Ando a aguentar as lágrimas à meses. Sinto saudades de tanta coisa, sinto que podia ter feito tantas coisas diferentes e agora fiquei sem elas. Mas no fundo, tenho um coração gigante, e no fim, quem sozinha, sou eu. Não os outros. Mas estou sempre bem. Acaba sempre bem.