quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Life


"Acreditamos em tudo. É uma verdade. Damos tudo por alguém que nos faz apenas sorrir. Ajudamos qualquer pessoa que seja apenas simpática. Choramos apenas porque achamos que a vida nos corre toda mal e nada nunca vai correr bem pra o nosso lado. Ficamos tristes com um episódio mau de minutos nas nossas 24 horas diárias. Ficamos contente durante horas por um sorriso ou olhar retribuído da pessoa que gostamos. Somos tão 8 ou 80. Somos tão um pouco bipolares. Queremos tudo e num instante contentamo-nos com o que temos. Mas quando queremos tudo, esquecemo-nos que algumas coisas não são pra nós. Ou que o que temos, já nos faz bem e nós é que não vemos isso. Mas a vida é contraditória. O amor é lindo e faz-nos chorar todas as noites durante meses se for preciso. A amizade é uma coisa linda e ótima de se ter, e às vezes damos por nós rodeados de pessoas que não querem saber, que não estão lá pra nós, que são falsas e não merecem confiança. A confiança perde-se em segundos mas pra se ganhar por vezes, é uma batalha enorme. Devemos ser feliz, mas temos de lutar mais pra ser felizes, do que pra outra coisa qualquer. A vida não é simples. Não é justa. Pessoas que merecem tudo e no entanto, são as que vivem pior. Pessoas que não merecem quase nada, ou nada mesmo, e têm as mordomias todas e nunca nada de mal lhes acontece. Não devia de ser assim. Acho que deviam de existir um conjunto de regras, e era igual pra todos. Porque hão-de haver uns com muito e outros com pouco? Não pode haver meio-termo? Falam no para sempre, e ele nunca existe. As pessoas fartam-se, mudam, deixam de querer a mesma coisa, desaparecem, morrem. O que seja. Nunca ficam connosco pra sempre. Há um dia em que as coisas vão embora, e isso é a lei da vida. Ninguém é de ninguém, e nada é nosso pra sempre. Até pode ser a melhor coisa do mundo, mas vamos eventualmente perdê-la. E quando éramos crianças o que era mau era perdermos uma peça dum puzzle que demoramos horas a fazer, ou quando um brinquedo se estragava ou partia. Nunca imaginamos que as coisas se iriam complicar. Pensávamos que ia ser sempre tudo simples. E queríamos crescer. Agora andamos fartos de cá andar e queremos ou desaparecer ou recuar uns anos. E no meio destas coisas todas, a única coisa que não podemos fazer é desistir. O resto? Deixa lá, fica na história, no passado. E um dia olhamos pra trás, e vemos que se não tivéssemos feito x ou y, nada seria o mesmo. E é isso que dá pica de ainda cá estar."