sábado, 18 de janeiro de 2014

12 dias depois.



E tudo continua na mesma. Tudo continua sem fazer sentido. Sinto-me cansada psicologicamente. Não fisicamente, porque ainda me consigo levantar todas as manhãs e enfrentar o dia com um sorriso. Todos os dias provo que só tenho meia dúzia de pessoas a meu lado, e que essas valem a pena. E que são a razão pra ainda não ter acabado com tudo. Pra ter fugido daqui pra longe, sem olhar pra trás. Ninguém sabe realmente o que sinto e o que me vai na cabeça porque eu evito ao máximo falar nisso. Posso passar um dia inteiro a sorrir e/ou a rir, e animada que ninguém se vai chegar à frente e dizer "pára, não estás bem". Porque ninguém percebe. Já passaram dois meses, e eu continuo no mesmo sítio. Sentada no quarto a olhar pra as paredes. À espera que tu mudes de ideias. À espera que alguma coisa de bom aconteça, e não. Nada. Continua tudo na mesma. Os demónios da minha cabeça continua a atormentar-me todos os dias. Ninguém sabe que eu choro todas as noites, ou que eu penso mil e uma desculpas pra poder ficar em casa de manhã e acabo por ir na mesma pra a rua com um sorriso no rosto. Não há ninguém que me faça sentir como tu fazias. Ninguém me ajuda como tu ajudavas. Só tu sabias fazê-lo duma maneira diferente. Tenho pessoas tão boas a meu lado, e tento dar-lhes tudo e às vezes parece que não consigo e que devia conseguir, que é mais que minha obrigação. Mas eu dei-te tudo. E tu viraste-me as costas. Duas vezes. Quando eu mais precisei que tu ficasses. Precisava de chorar, de mandar tudo cá pra fora, de libertar tudo isto que está guardado à dois meses, e não o consigo fazer. Não queria estar sozinha nesse momento, mas a verdade é que eu já me sinto sozinha. Mesmo estando rodeada de pessoas todos os dias, várias horas por dia. Precisava que alguém estivesse comigo, que me limpasse as lágrimas, me fizesse sentir bem, e me dissesse que ia ficar tudo bem como tu fazias. Mas ninguém o faz. E eu pergunto-me como é que tu queres que eu faça isso? Como é que foste capaz, depois de tudo? Depois de tudo? Estou a tentar não chorar, mas cada vez mais me é dificil esconder isto ou fingir que nada se passa. Por um lado estou-me a cagar, mas por outro ainda estás tão presente. E eu odeio-me por não te conseguir ignorar e/ou esquecer como devia. Devia de ser capaz de fazer o que tu fizeste. Mas não sou. Perdoa-me por isso.